Moradores de Queimados sofrem com falta de hospital de emergência

A cidade de Queimados, completa 23 anos e, mesmo jovem, os problemas de saúde são graves. O município não tem atendimento de emergência.

A cidade de Queimados, completa 23 anos e, mesmo jovem, os problemas de saúde são graves. O município não tem atendimento de emergência. 

QUEIMADOS - O hospital público onde era pra ele existir, virou caso de investigação de desperdício de dinheiro público. Suspeitas de corrupção, desvio de dinheiro e disputas políticas jogaram no lixo mais de R$ 8 milhões, conforme mostrou o programa de televisão Bom Dia Rio da TV Globo .

O hospital começou a ser construído no inicio da década de 90, mas as obras pararam em 2001. O Governo Federal assumiu a obra em 2005. Depois da gastança de dinheiro, chegou-se à conclusão que era preciso demolir tudo e começar a obra mais uma vez.

Enquanto isso, tudo o que a população da região tem é um terreno vazio, uma placa e a promessa de que, um dia, haverá um lugar na cidade onde procurar por socorro quando o caso for muito grave.

Os moradores daqui sofrem com a falta de um hospital de emergência. Sempre que alguém precisa de atendimento desse tipo, precisa fazer viagem de 15 quilômetros até Nova Iguaçu. É tempo precioso perdido. Tempo que pode fazer diferença entre a vida e a morte.

Em uma cidade sem atendimento de emergência, a técnica em enfermagem Márcia Batista, do SAMU, tem cuidado redobrado com os equipamentos da ambulância. “Quinze minutos com trânsito. A gente liga a sirene e vai abrindo caminho”, disse a técnica de enfermagem sobre o transporte de pacientes até o município vizinho. Segundo ela, se houvesse hospital em Queimados esse tempo seria muito menor.

São minutos preciosos que mudaram a vida da família de dona Maria Aparecida. “Acabou com a vida do meu velho, que meu velho hoje é um homem, não serve pra mais nada, é igual uma criança, tem que cuidar dele e tudo”, contou Maria, ressaltando que se o marido tivesse chegado mais rápido ao hospital, talvez não tivesse ficado nesta situação. Seu Adriano teve dois derrames, nome popular do Acidente Vascular Cerebral (AVC), doença que mata 68 mil pessoas por ano no Brasil e que precisa de atendimento rápido. Se o socorro vier nos primeiros quinze minutos, aumenta muito as chances de não haver sequelas.

“Levou uma hora, uma hora e meia, por aí, corre pra lá, corre pra cá. Se nós tivesse emergência aqui dentro de Queimados eu estaria bem. Eu era um homem forte, hoje estou um bagaço”, disse Adriano.

E Queimados, por enquanto, não deve ter hospital de emergência. A Secretaria Estadual de Saúde disse que espera um convênio para construir um hospital de cardiologia. O orçamento foi enviado à Caixa Econômica, e a obra, que deve durar dois anos, só deve começar em maio.

Via G1