RIO DE JANEIRO - Prevendo ajustes fiscais, governador diz que quer avançar na pacificação e melhorar a saúde. É difícil imaginar o q...
RIO DE JANEIRO - Prevendo ajustes fiscais, governador diz que quer avançar na pacificação e melhorar a saúde.
É difícil imaginar o que passará na cabeça da presidenta Dilma Rousseff e de cada um dos governadores eleitos quando forem empossados nesta quinta-feira, no primeiro dia de 2015. Choros de emoção, discursos inflamados,“selfies”... O que a população espera, porém, é que, antes mesmo do primeiro minuto de governo, já tenham sido pensadas soluções para os desafios cotidianos de todos: segurança, educação, mobilidade, emprego e saúde são algumas das áreas em que se esperam medidas.
No caso do Rio, o governador reeleito Luiz Fernando Pezão (PMDB) terá que cortar um dobrado para lidar com os problemas das finanças do estado, a expansão da política das UPPs, a falta d’água, o trânsito e as obras inacabadas, numa extensa lista de problemas. “Os desafios principais são o de levar a pacificação a territórios ainda conflagrados e avançar com a atenção básica de saúde nos municípios”, disse o governador ao DIA.
Pezão toma posse nesta quinta, às 10h, na Assembleia Legislativa (Alerj). Depois, segue para o Palácio Guanabara. Ele também prometeu estar nas ruas ouvindo os moradores das cidades, maior integração entre os municípios da Região Metropolitana e valorização do servidor público. “Ninguém faz nada sozinho. Ao lado das prefeituras e do governo federal, quero continuar transformando a vida dos cariocas e fluminenses.”
Em 2013, Pezão era vice-governador quando a popularidade de seu antecessor Sérgio Cabral chegou a míseros 12%. No começo da campanha eleitoral, chegou a ficar em quarto lugar na disputa. A virada começou com a queda do então líder nas pesquisas Anthony Garotinho (PR), e Pezão, apoiado pela força de sua campanha, conseguiu embalar e derrotou Marcelo Crivella (PRB) no segundo turno. Agora, o ex-prefeito de Piraí terá quatro anos de muito trabalho pela frente para mostrar de vez que não é apenas mais um candidato “feito” pelo antecessor.
Com os cofres fluminenses combalidos, a ponto de os policiais militares do estado não terem recebido cestas de Natal, Pezão deve anunciar hoje algumas medidas para adaptar a economia do Rio às reduções das receitas, principalmente as vinculadas à exploração de petróleo. Em outras áreas, o 13º salário de funcionários públicos está com parcelas atrasadas. E já no dia 10 deste mês as passagens dos ônibus intermunicipais passarão dos atuais R$ 2,80 para R$ 3,15, com barcas e trens podendo aumentar seus valores.
Segurança permanecerá como prioridade do futuro governo
A primeira ação do novo governo é na área da segurança pública. Conforme revelou Pezão aoInforme do DIA , será instalada uma “mini-UPP” no Morro do Banco, no Itanhangá. A PM ocupará o local nesta sexta-feira, na primeira de uma série de medidas que deverão ser tomadas para garantir o futuro do projeto de pacificação.
Durante a campanha eleitoral, Pezão prometeu a criação de 50 novas UPPs, a contratação de mais seis mil PMs, e a instalação de batalhões em Araruama, Nova Iguaçu e Itaguaí. Niterói, São Gonçalo e Baixada Fluminense receberão reforços no policiamento. “Segurança é a mãe de todas as políticas. O secretário Beltrame seguirá com autonomia para definir as UPPs e reforçar patrulhamento nas ruas”, garantiu o governador.
Para o sociólogo Eduardo Alves, um dos diretores do Observatório de Favelas, que atua no Complexo da Maré, é um “equívoco” pensar nas políticas de segurança olhando apenas para as UPPs. Segundo ele, o estado precisa atuar para criar uma “cultura de segurança” na sociedade, investindo em saúde, educação e cultura. “Repressão não pode ser o centro da segurança. É necessário ampliar e garantir a vida, ampliando a convivência entre as diferentes partes da cidade”, argumentou Alves. Para este novo governo, o sociólogo pede uma “mudança” na sigla que virou o carro-chefe dos últimos governos. “UPP tem que ser Unidade de Política Pública”
Na Saúde e nos Esportes, dois amigos de Pezão
Para ajudá-lo na missão de comandar o Rio a partir de hoje, Pezão contará com a ajuda de dois amigos: Felipe Peixoto (PDT), que seria seu vice-governador, comandará a Saúde; e Marco Antonio Cabral (PMDB), filho de Sérgio Cabral, seu padrinho político, ficará nos Esportes. Niteroiense, Peixoto já foi vereador, deputado estadual e secretário de Abastecimento e Pesca do Rio. O novo desafio, para ele, será o de “melhorar a gestão”. “Pezão me escolheu para melhorar os serviços gastando menos”, afirmou o secretário, que pretende fazer um “raio-x” das UPAs. “Às vezes, algumas têm três socorristas, e dois podem ser suficientes. Faremos um redimensionamento e criaremos novas unidades”.
Marco Antonio se forma este ano em direito na PUC e, eleito deputado federal, irá ocupar a secretaria de Esporte, Lazer e Juventude. A tarefa, que já não é pequena para um jovem de 23 anos, é amplificada pois o Rio sediará as Olimpíadas ano que vem. Até lá, um dos compromissos assumidos é despoluir 80% Baía de Guanabara, local de competições. “Será um grande desafio. Vamos cumprir o que assumimos, investir no esporte paralímpico e revelar novos talentos”, promete.
Via O Dia
Por Leandro Resende
01/01/2015
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