Funcionários denunciam abandono em abrigo de crianças e adolescentes em Queimados

Funcionários de um abrigo para crianças e adolescentes em Queimados, na Baixada Fluminense, denunciam inúmeros problemas no local. São infil...

Funcionários de um abrigo para crianças e adolescentes em Queimados, na Baixada Fluminense, denunciam inúmeros problemas no local. São infiltrações, interruptores que dão choque, entupimento de banheiros, vazamento de água em diversos locais, armários quebrados e enferrujados, além de infestação de ratos. 

A alimentação dos acolhidos no abrigo também é precária. Na última semana, os jovens não tinham arroz para comer. Eles também não estão recebendo pão, pois a Prefeitura de Queimados parou de repassar a verba para a padaria que fornecia os alimentos. Segundo os relatos, a instituição não recebe legumes, nem verduras para o preparo das refeições, e é comum a carne oferecida ser um empanado de frango industrializado.

O atual imóvel do abrigo municipal deveria ser temporário, uma vez que o abrigo oficial está em construção. Mas, as crianças e os adolescentes estão há 2 anos no local provisório, que é de responsabilidade do município. Atualmente 16 crianças e adolescentes estão abrigados no espaço. Elas foram retiradas das suas famílias, pois sofriam algum tipo de violência. A realidade é que essas vítimas enfrentam um novo cenário de descaso por parte da Prefeitura de Queimados.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) disse que acompanha o caso e tem feito fiscalizações permanentes no local. Ainda de acordo com o MPRJ, os promotores entraram com ação na Justiça do Rio cobrando da Prefeitura de Queimados o funcionamento adequado do serviço e exigindo que o município apresente no prazo de 30 dias um projeto de reforma do abrigo principal, e também pediu na ação a substituição de eletrodomésticos e mobiliários, além de melhorias do imóvel.

O Ministério Público reforçou em nota que esse é um espaço de acolhimento para vítimas de situações extrema, mas o município descumpre uma série de regulamentos, e as crianças acabam submetidas a condições inapropriadas, mais uma violação de direitos.